quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Máscaras

O que se esconde atrás do teu sorriso
Que transforma você
Em outro alguém.
Parece um filme de mistério
Que há muito tempo
Saiu de cartaz

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Pele seda

A tua pele seda
sede aos meus dedos
molhados de sal
e a vontade de te ter
é maior que a manchete do jornal

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Fim

Quando partiu
a saudade veio
em forma de dor
as sentinelas do meu pranto
dormiram
uma lágrima rolou,
deslizou em minha pele
como lava encandecente
desnundando entranhas
me revelando por inteiro

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Devorar

Muita gente,
pouco espaço
desejo em demasia,
calado por quem os sente
e aqueles olhos,
pequeno como o destaque da revista.
Doi, doi...
a dor de não compreender o mundo
a dor de fazer pare dele
e aqueles olhos
devorados de forma canibalesca.
Os olhos tudo bem,
mas, o desejo, a liberdade...

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Voz do silêncio

Peça pra vida, vida
preçe para Deus, em vida
peça pro sol luz e dia
e tire da dor alegria
peça pra lágrima, o sal
e roube do mundo o caos
busque no tempo seu tempo
tampe a voz do silêncio
peça pra noite o negro
pinte nos muros respeito
peça pra sede água
e afogue a miséria
que aqui desagua.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Prisões

E há de cair como um raio,
um rio louco.
Eu um pseudo misantropo
fugindo de ti
pra perto de mim
bem longe do fim.

E seguirás dia-a-dia, pouco-a-pouco
meio surdo, quase louco
no soloseco, arcabouço
querendo senti o frio em si
tupi ou não tupi

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008


Nordestino sim sinhô !


Se cada olho chorar
se cada lágrima que no chão rolar
fertilizar o barro do sertão
e irrigar toda a plantação de esperaça
que brota por cá
se cada rosto marcado pelo sol
se assemelhar com o rachado do meu chão
e aparentar o abandono do torrão
se engane não...
tenho a coragem de Lampião,
a vontade de frei Damião
dos balaios a resistência,
nordestino sim sinhô.
Eu acredito no padim Ciço Rumão
sou Conselheiro, sou revolução
sou Rei Zumbi, Frei Caneca
Nordestino sim sinhô !


sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Farol

Quando um sentimento novo
Invade um ser
É como se nada existisse,
Como se a santa palavra mentisse
Viver é vagar
Sonhos a se conquistar
Viver é correr
Atrás de um ideal
E alcançar
Siga o farol da consciência
Mas não deixe, jamais,
Uma palavra calar um beijo,
Um desejo escondido,
Pois a paixão sempre transforma
Um herói em bandido.

Única ilha

Quando a noite cai
Trazendo o silêncio
Fico a pensar.....
Vejo a tua imagem
À sombra da minha retina
A poesia de Bandeira
Completa a tua beleza
Verde dos teus olhos,
Noite escura
Palavras açoitam o silêncio
Bela criatura
Frases sem sentido
Nexo absurdo
Tudo chega ao fim

Calo e fico mudo

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Cada um na sua

Os cientistas preocupam-se em descobrir verdades,
Origem da vida, cura de doenças;
Mas na esteira do desenvolvimento
Aceleram a morte do planeta e do homem.
Os políticos, com mandatos,
Legislam e executam leis
Para normatizar a vida em sociedade,
Mas são eles, os primeiros a não respeita-las
O povo paga impostos
Para receber melhorias
Mas o que recebe é tão pouco.
E a vida vai seguindo,
Cada um na sua
E eu, aqui brincando de ser poeta.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

INTIMIDADES

Na minha terra
Raimundo, carinhosamente se chama de Mundico
A intimidade transformou em Dico
Agora, quando dois Raimundos se encontram
São dois Dicos juntos.

EU AVISEI

Sonhei que era tripulante de uma nau
Não sei se por coincidência,
Mas era na caravela de Cabral
Quando o marinheiro gritou.....
Terra à vista!
Eu fui logo avisando
Cabral, deixa isso pra lá.
Não vale à pena, isso vai ser a maior bomba,
Eu avisei, ele não quis me ouvir.